terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sobre pedras e vidraças

Toda vez que disputei qualquer coisa e a minha vitória significou a derrota de alguém, sempre me recordo do meu irmão dizendo que maus vencedores são piores que maus perdedores. Essa lição tem me acompanhado desde a minha primeira vitória, na eleição do Grêmio Estudantil da escola.


Quando há disputas, perder e ganhar fazem parte do jogo. Tão importante quanto jogar limpo, é admitir a derrota e ter comedimento na vitória, mesmo quando é uma vitória acachapante. Até porque, quando a derrota implica em perder tudo, o comedimento implica aos vencedores a abertura do diálogo com os perdedores, a democracia não deve ser um instrumento de esmagamento das minorias. Ao mesmo tempo,  Aos derrotados, também é esperado o comedimento, não é porque se tomou um nocaute que vale dedo no olho.

Tão importante saber ser vidraça é saber ser pedra. Já perdi algumas eleições e, sim, é amargo o gosto da derrota e é difícil fazer avaliações dela sem estar tomada pelas paixões. A saída fácil é culpabilizar o eleitorado ou tentar desmoralizar o processo eleitoral, desqualificação. Tão fácil como ser uma oposição que rasga o próprio programa e passa a agir na onda do "quanto pior melhor" ou a oposição que ignora a derrota e tenta a todo custo implementar o programa derrotado nas urnas.

Aprendi e continuo a aprender a ser pedra e a ser vidraça (mais pedra que vidraça). Como vidraça, sempre me esforcei e não desisto de tentar refletir as boas opiniões, construir consensos e permitir que haja espaços para as divergências, e sempre estive junto à pessoas que pensam assim. E, como pedra, sempre preferi unir-me à outras pedras e construir pontes, é bem melhor do que quebrar vidraças.

P.S.: Já quebrei algumas vidraças, apenas quando as pontes não conduziriam a lugar nenhum

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